terça-feira, 29 de abril de 2008



Tudo passa e tudo fica
porém o nosso é passar,
passar fazendo caminhos
caminhos sobre o mar

Nunca persegui a glória
nem deixar na memória
dos homens minha canção
eu amo os mundos subtis
leves e gentis,
como bolhas de sabão

Gosto de ver-los pintar-se
de sol e graná voar
abaixo o céu azul, tremer
subitamente e quebrar-se...

Nunca persegui a glória

Caminhante, são tuas pegadas
o caminho e nada mais;
caminhante, não há caminho,
se faz caminho ao andar

Ao andar se faz caminho
e ao voltar a vista atrás
se vê a senda que nunca
se há de voltar a pisar

Caminhante não há caminho
senão há marcas no mar...

Faz algum tempo neste lugar
onde hoje os bosques se vestem de espinhos
se ouviu a voz de um poeta gritar
"Caminhante não há caminho,
se faz caminho ao andar"...

Golpe a golpe, verso a verso...

Morreu o poeta longe do lar
cobre-lhe o pó de um país vizinho.
Ao afastar-se lhe vieram chorar
"Caminhante não há caminho,
se faz caminho ao andar..."

Golpe a golpe, verso a verso...

Quando o pintassilgo não pode cantar.
Quando o poeta é um peregrino.
Quando de nada nos serve rezar.
"Caminhante não há caminho,
se faz caminho ao andar..."

Golpe a golpe, verso a verso.


Cantares

Antonio Machado






TENHO SAUDADES DE NÓS JUNTOS...

sofia

quarta-feira, 23 de abril de 2008

palavras soltas sobre Melide :)

É quarta-feira...é dia de, se não continuar, relembrar o dia da etapa "Palas - Melide"!

Como a Rita ficou de acabar o resumo da semana passada, vou deixar que seja ela a fazê-lo. Assim sendo, venho apenas deixar uma "lembrança" do que foi aquela noite no albergue de Melide, depois dos jantares maravilhosos e das pequenas corridas até ao albergue, à noite, para não apanharmos com a chuva...

Foi a noite do jogo do lobo...
Viemos até à cozinha (depois de nos avisarem que as luzes iam ser apagadas, claro está!) e aquecemos o leitinho, fizemos chá... o nosso mel sempre em cima da mesa, para adoçar o leite (ou o pão com manteiga)...
Lemos mais uma reflexão (como vinham sempre na altura certa os papeizinhos que falavam dos sonhos e de lutar pelo que queremos...) e seguimos para o nosso jogo. Foi uma noite tão bem disposta! Estávamos todos cansados mas soube tão bem ficar ali a rirmo-nos uns com os outros!
Depois a subida nas escadas foi feita às escuras, é certo.. e não podíamos fazer barulho no quarto porque já estava tudo a dormir. Mas foi uma noite fantástica.. As calças queimaram, as sapatilhas encolheram, enxugaram-se algumas lágrimas teimosas...e nós dormimos bem (mesmo sem que todos tivessemos tido o prazer de um banho de água quente :) eheh!!)


- à noite, já deitada na minha cama e pronta a adormecer com a música a embalar-me, ficou-me na cabeça uma frase de uma música de que gosto muito e que me fez recordar momentos muito bons que passei..e outros muito maus... já lá vão uns anos... partilho-a convosco agora. Aqueles que me conheciam na altura, há anos atrás, sabem que esta música me é indispensável e que dela brotam sentimentos ora de alegria, ora de tristeza, mas sobretudo de uma nostalgia imensa. Por isso mesmo, quis partilhar mais este meu momento de turbilhão sentimental do Caminho. Porque, de facto, no Caminho tudo se aviva na nossa memória, não adianta pensar numa razão para explicar...

*The storm keeps on twisting, you keep on building the lie that you make up for all that you lack... it don't make no difference escaping one last time, it's easier to believe in this sweet madness, oh! this glorious sadness that brings me to my knees...*

Tenho mesmo saudades...

Marta

sábado, 19 de abril de 2008

Santiago !



29 de Março - o dia da "grande" chegada.
A tão esperada, a tão sofrida... a tão sonhada e vivida e, nos últimos instantes, tão adiada chegada!


Aqueles que nos visitam no blog e que nunca tiveram a oportunidade de fazer o Caminho não puderão imaginar o quão doloroso é sentir que está a chegar ao fim.

Provavelmente chamar-nos-ão loucos por não querermos que acabem os longos dias de caminhada debaixo da chuva e com o peso da mochila nas costas. Provavelmente pensarão que somos loucos por querermos prolongar o cansaço e as bolhas, pensarão por certo que enlouquecemos por não querermos passar a placa que nos indica o início de Santiago. Já dizia o nosso amigo Eça que "o mundo está felizmente louco desde que nasceu!"... e acreditem, se não querer voltar é loucura, então é bom ser-se louco!


Não serei a única a sentir saudades de tudo o que deixei e passei lá... tenho a certeza que não sou a única a sentir saudade da pessoa que descobri ser enquanto caminhava nos montes, por trilhos incertos e já tão "gastos", tão pisados... mas é como diz a Rita (e dissemo-lo todos nós, tantas vezes!) - depende apenas de mim conseguir trazer para a minha vida o que vivi no Caminho!


Chegar a Santiago, percorrer as ruas que nos levam à Catedral.. vê-la ao longe - como é bonita, como é portentosa, como nos enche a alma!!! - é algo que não consigo descrever. Fogem as palavras porque, naquele momento, cala-se a voz e ouve-se o fundo da alma... ouve-se mesmo!!!








Não é bela?! Não é portentosa?! Não é o ponto de partida para uma vida mais livre, melhor?! Como é possível tentar descrever o que sentimos ao vê-la, depois de 6 dias intensos e desejosos de chegar? (aiii...deu saudade!!!)






Quero lançar um desafio!

O que escrevi hoje não é um resumo da etapa, mas sim um relato (ou uma tentativa de descrever...) do que é a chegada. Apetecia-me escrever mais, muito mais mas acho que não o devo fazer; pelo menos não neste post. Daí o desafio que vos lanço, a vocês - os sete! - que comigo caminharam, seguindo setinhas amarelas por 112 km...

O que foi, para vocês - e dentro daquilo que possamos saber, não vos peço as razões mais pessoais porque essas são só vossas/nossas - a chegada a Santiago? Como a viveram?


Tentarei deixar o meu "testemunho" - e tentarei não me alongar, embora saiba que é difícil!



Deixo-vos aqui um beijo muito grande, cheio de saudade...


P.S - ontem não foi possível postar o resumo da etapa Árzua - Pedrouzo. Assim sendo, e como a anterior não pôde ter pintugrafias (mas eu sei falar!!!) retomaremos para a próxima semana o que não foi dito esta semana que passou.




Marta

quinta-feira, 17 de abril de 2008

Melide - Árzua

"Ocorreram erros durante o carregamento.
As seguintes imagens não foram carregadas.
Santiago - Caminho Francês peregrinação de 2008 142.jpg : This image could not be uploaded due to an internal error."



isto é o que dá quando se tenta fazer um resumo muito bonitinho da nossa etapa "Melide - Árzua" e a internet, que é lentinha, não deixa fazer o que eu quero :(

Mas bem, por não haver fotos, não quer dizer que deixe de fazer um resumo, até porque "Por morrer uma andorinha, não acaba a Primavera!"


Então... saímos de Melide (e era aqui a foto à saída do albergue, que não consegui postar..) e andamos, andamos, andamos... até que paramos numa espécie de garagem (aqui devia estar a foto da garagem) e, sem dúvida, o momento "marcante" deste descanso foi o senhor simpático que nos disse "pelegrino no molesta" e que nos pos a todos com um sorriso na cara!
Depois continuamos por montes e vales e com chuvinha na cabeça (muita!) e, ao quilómetro 40 (aqui, foto minha e da rita no marco 40...) parámos num cafezinho muito simpático (o café, diga-se de passagem!!) onde comemos umas torradas OPTIMAS com compota de morango e bebemos leitinho quentinho com café (e mel :D )! - É OBVIO.. que a rita é uma "pita chorona" :) (EN)cantamos, o chapeu secou na lareira, seguimos caminho, passamos albergues e rios e subimos ruas e descemos e subimos e andamos, andamos, andamos, andamos... e vimos mercados com nome de 'Ramos' (eheh!) e a garrafa de água da Mariana 'voou'! E chegámos ao albergue e tivemos água MUITO QUENTINHA =D e fomos ao Centro de Saúde (eu não, sob risco de desmaiar ao ver uma pinga de sangue que fosse ou uma agulha...!) e às comprinhas... e depois o Carlos quase que ia ao hospital (mentirinha!!!) e fomos todos jantar naquela mesinha ao lado das escadas (sandes mistas, bolinhos, batatas fritas, atum e sardinha, presunto fatiado (disse-me agora a Rita!), cereais...) e vimos comer (e houve quem provasse!) côco (Brasiu..lalalalalalalala), o meu suissinho furou no fundo quando eu estava a rapar com o dedo e trocámos impressões com a amiga brasileira e a sua amiga inglesa e fomos dormir! (e a meio da noite, ouvimos passos na rua ... peregrinos madrugadores!!)


"Passada a tarde e a noite, veio a manhã: foi o quarto dia"



hoje é um resumo assim.. muito pequenino (longo em palavras, sem fotos porque o blogger nao deixa!)
prometo postar as fotos mal possa.. mas não podia deixar este dia passar em branco!
(contem-nos as vossas aventuras pelo centro de saúde, que nós não sabemos tudo!)

Um beijo rápido porque tenho de ir dormir...

Marta (e Rita, do lado de lá do telefone)

Melide...


Para recordar Melide não há como o "Polvo à Galega" já que o bife não teve direito a foto. Esta não saíu nada bem mas não fomos nós que tirámos...

quarta-feira, 16 de abril de 2008

Palas de Rey - Melide

Tal como temos constatado, este foi um dia com muitos momentos memoráveis. Todos temos mais memórias de Melide do que de qualquer outra cidade e, de facto, foi um dia bom (como todos, aliás)

Comecemos então pelo início:


- depois de na noite anterior termos dado uns aos outros as "dádivas mentais" que tão úteis nos foram durante estes sim (sim, porque quem manda SOU EU), começamos o dia com uma pequena dádiva sorteada. A mim saiu a TEMPERANÇA, as vossas não sei todas, por isso, digam de vossa justiça.


(JoãoC, Fábio, Mariana, JoãoA, Sofia, Rita)
Ainda antes de sermos escorraçados do albergue, em rodinha como nos podem ver, cantamos a "Pedaço de Ti" acompanhados pela guitarra do João. Nem todos conheciam, mas todos sentiram, até acabou por cair uma ou outra lágrima.
Deixo só um pouco da letra:

Raia a manhã, é mais um dia.

O frio da madrugada, gela a ponta do nariz.

Sacode o sono, é este o dia.

Mochila às costas, tens um mundo a descobrir: (...)

Dúvida, certezas, momentos bons e maus. (...)

Este é o nosso trilho!


De mochila às costas, descobrimos uma paisagem sem fim, salpicada pelo brilho da chuva e adornada pelas nossas vozes, afinadas ou não. Passo a passo fomos honrando cada trilho, cada pedra, sempre com a "vontade de ir mais além".

Aqui:


eu e o JoãoA fomos benzidos pela Sofia, já pela segunda vez nesse dia, com a água límpida que veêm nesse riacho.

E também paramos! Paramos para descansar, para nos abrigarmos da chuva, para cantar, para conhecer duas brasileiras do recife, e dois espanhóis que, afinal, não sabiam inglês!



(a tocar, a Mariana. ao fundo o Carlos, Rita, Sofia, JoãoA, Espanhol)


continuamos o nosso Caminho, eu e o Fábio distanciamo-nos dos outros, os 5km passaram, estava na altura de parar, mas como a Sofia e o JoãoA iam à frente, confiantes que dentro de pouco os iríamos encontrar, continuamos a andar. Vimos um sitio bastante apetecível:


aquele banquinho fez mesmo apetecer descansar um pouco, mas pensamos, pronto, agora aceleramos e num instante apanhamo-los. Pois bem, continuamos, continuamos... continuamos... e eis que recebo uma chamada a dizer que estão num café a beber café com leite quentinho, que não nos viram passar, que já devemos ir à frente...

Era hora de almoçar, e acabamos por parar no meio do Caminho, sentados numa pedra em cima do meu poncho. Ironicamente, eu estava a carregar na minha mochila uma empanada que pesava... hhmm... 2kg e nenhum de nós gostava daquilo, portanto o nosso almoço foi bolachas de água e sal salpicadas de chuva!

Mas sabem que mais?? Souberam-nos pela vida!! Viemos a conversar os dois... não tivemos leitinho quente, mas foi muito bom!

Continuamos, quando veio o granizo corremos para a citroen, e fomos andando, passando por pontes com quatro olhos, e perguntando a povoação local quanto faltava para o próximo albergue: "1km...", óptimo, pensamos. Mas...

mas o resto fica para a próxima quarta! O tempo urge, o João Pestana está a chegar e o computador está a dar comigo em doida (sim, mais ainda).

Cenas dos próximos capítulos:

engamos peregrinas solitárias

comemos bife, polvo

o Fábio "libertou-se"

e muito mais... a noite promete!

Não percam o próximo episódio porque nós também não! :)

(não vou fazer aquela coisa gira do "veio e a noite e em seguida a manhã" porque ainda não acabei de contar tudo)

Rita

terça-feira, 15 de abril de 2008

Portomarín - Palas de Rei

Eis um "resumo muito resumido" do que foi a nossa segunda etapa... :)


Praticamente "escorraçados" do albergue, partimos rumo a Palas de Rei num dia nublado e chuvoso (como praticamente todos os outros, diga-se de passagem...)




Depois de uma primeira subida (não, nada assustadora!!!), a recta da Coren...





Segue-se a primeira paragem... conhecida mundialmente pelo famoso "ATAQUE ÀS BOLHAS DO JOÃO!!!!!!!" :D (a Sofia não ficou sem cabelo e eu quase que ficava sem mão... enquanto a Rita tentava tocar "Dar mais", se não me engano...)





Depois da paragem longa, há que voltar "à estrada"... por caminhos trilhados nos montes e paisagens dignas de ser vistas! (sim... à parte as nossas caras belissimas... nesta altura a Sofia começava a aprender mais do que "Peregrino, nah nah nah nah!)





Depois de andar e andar... eis que chega a subida mais temida (acho eu!!!) da etapa.. "Mariana, Mariana!!! NÃO OLHES PARA A FRENTE!!!" ...

vista de baixo...


e de cima...



depois do quilómetro 80, paramos para juntar o grupo... (houve quem se descalçasse na rua, vimos o perfil hidraulico da piscina :'D comemos os paezinhos MUITO BONS!!! ...e apanhamos chuva a ponto de nos abrigarmos... aqui!)



andamos mais um bocadinho...carimbamos e tocamos o sininho :D




e agora? andas, andas, andas, andas, andas.... e andas, andas, andas, andas, andas... (cantamos EU SEI, a musica do "OLÁ!!", MOMENTO COMO ESTE ...) e finalmente, paramos para almoçar.. (ou será lanchar?)




continuamos... por terras (e bostas!) feitas lama, numa mistura cheirosa... (já sem telemóvel..mas ainda não se dava pela sua falta)




[pormenor fantástico nesta foto.. lá ao fundo, na rua (do lado esquerdo..) distinguem-se algumas silhuetas nossas...]


e andamos, andamos, andamos de novo... sempre em frente, e segue, segue, segue, segue... desce, desce, sobe, desce... cantava-se como se não houvesse ninguém na rua a andar ao nosso lado, gritava-se como se a voz não pudesse doer... "hi!! NICE CONCERT!" :)




Depois de mais subidas e descidas, cães e galinhas, vacarias, igrejas e cemitérios... depois de uma placa que já dizia "PALAS DE REI" (ou coisa que o valha!), uma descida digna de ser vista (o fotógrafo teve uma perspectiva excelente, note-se o Carlos lá à frente a tirar foto, a luz solar sobre os montes e as nuvens que preenchiam o céu...)




e lá ao fundo, O ALBERGUE!!! (não era o previsto, mas.. o que é 1,5 km para cada lado, ao fim de um dia, para ir buscar comidinha?! naaahh.. colchões, um quarto ENOOOOORRRMMMEEEE só para nós, água mais ou menos quente, espanholas que não fecham a porta quando vão tomar banho só para o Fábio ver.. compensa!!)





Jantar bom - esparguete à bolonhesa!! De noite, muita chuvinha lá fora que molhou roupa que, supostamente, estava a secar. Noite descansada depois de conversas e massagens. Dia cansativo, muito cansativo fisica e psicologicamente; mas que importa? Estávamos juntos, estamos juntos...somos UM!


"Passada a tarde e a noite, veio a manhã: foi o segundo dia."



P.S. - queria pôr uma foto no albergue que mostra bem as caras de cansaço.. mas tenho a certeza que a Rita me iria matar... como prezo bastante a minha vidinha, talvez poste mais tarde para todos verem como conseguimos fazer caras mesmo cómicas e assustadoras, quando não importa mais nada a não ser um bom banho, jantar e sono!


Beijinhos,
Marta

segunda-feira, 14 de abril de 2008

Sarria - Portomarín

Há três semanas, começamos o nosso Caminho.
Já estamos de volta, já nos encontrámos e trocámos fotos e memórias...
Como estou por casa e não parava de ver as fotos, lembrei-me de postar.

E como hoje é segunda e começámos numa segunda, hoje o post é dedicado à etapa Sarria-Portomarín


a saída de aldoar...





no albergue de sarria, antes de começar...





Saímos todos entusiasmados, no meio de cantigas e debaixo de chuva...





o primeiro marco...





a primeira paragem...





as paisagens rurais...





o primeiro albergue...





as primeiras massagens...







Dormimos no chão: o Fábio (que, de tão obediente ser, parou de ressonar quando eu disse 'já paravas Fábio...), a Mariana, eu, Rita e o JoaoC. Estávamos cansados mas custou adormecer naquele chão... (à excepção do Fábio, digamos...). No quarto dormiam a Sofia, o Carlos e o JoaoA. Estávamos bem: tínhamos chegado bem ao albergue, tivemos direito a água muito quente para o banho... só faltou mesmo o leitinho quente. Tratámos as primeiras bolhas, os espanhóis nao nos deixaram dormir 2 (ou 3...) na mesma cama e viemos para o chão... mas continuávamos a sorrir!

e agora, 'roubando' a ideia ao Carlos...

"Assim, surgiu a tarde" [e a noite!!] "e em seguida, a manhã: foi o primeiro dia."





Marta

sexta-feira, 11 de abril de 2008

As frases dos dias!

DIA 1 - 24 mar 2008 2ª -> SARRIA a PORTOMARIN 22 km

Subidas íngremes +
+ Bosta enlameada +
+ Bolhas caimbras e alergias +
+ Refeições frias =>
=> Banho quente + Entusiasmo crescente!

DIA 2 - 25 mar 2008 3ª -> PORTOMARIN a PALAS DE REY 25 km

Anda peregrino
Sobe que sobe
Sobe que sobe
Sobe esta estrada.

Chuva que refresca
as espanholas desnudas.
Para jantar vais ter massada!

DIA 3 - 26 mar 2008 4ª -> PALAS DE REY a MELIDE 15 km

Começamos inspirados pela música
continuamos molhados pela chuva
regalamo-nos com um belo jantar cozinhado pra nós
e terminamos na boca do lobo.

DIA 4 - 27 mar 2008 5ª -> MELIDE a ARZÚA 14 km

Escorraçados do albergue
demos conta da sapatilha encolhida!
Como S. Paulo, continuamos os nossos trabalhos...
À lareira cantamos, secamos e comemos!

DIA 5 - 28 mar 2008 6ª -> ARZÚA a ARCA DO PINO 19 km

Se Deus está por nós... ...
Da peregrinação faz-se missão!
Quem parte e reparte... fica "com a melhor parte".

DIA 6 - 29 mar 2008 sab -> ARCA DO PINO a SANTIAGO 21 km

Chegar!
Ser acolhido!
Sentir o prazer de cada passo dado!
Contemplar...
Agradecer!

(à noite: NÃO HÁ COINCIDENCIAS!)

DIA 7 - 30 mar 2008 dom -> SANTIAGO e regresso a ALDOAR PORTO

Quando conquistas o que queres,
Ainda queres o que conquistas?

TEMPO DE PARTIR... O CAMINHO VAI COMEÇAR!

quinta-feira, 10 de abril de 2008

Gerhard


Esta é uma pequena homenagem ao Gerhard, que ontem nos visitou, e que quis participar connosco no apoio aos sem-abrigo nas ruas do Porto. Se cumpriu o que disse, deve estar agora a caminho de Fátima (de combóio ou autocarro...).
Recordando o nosso primeiro encontro no Caminho Português, o ano passado.

Bom Caminho, Gerhard, com o nosso abraço de sempre!

Carlos


segunda-feira, 7 de abril de 2008

A nossa enorme e rara inteligência

Meus amigos, foi neste local que, na manhã do dia da chegada a Santiago, se fez uma paragem que ficou marcada pelas nossas caras com um ar especialmente inteligente.









talvez nunca tenha visto um telemóvel a nossa Mariana... acontece aos melhores!!




Penso que o João Amaral também nunca viu um chapéu e está com algumas dúvidas sobre o seu modo de utilização...






quanto à Sofia... pronto, estamos perante a expressão que denota a grandiosidade da sua inteligência

este é o senhor, hhmm... rapaz, quer dizer... menino, pronto, ok, este é o gajo que, segundo as más línguas, se intitula de "chô pjidente" (para os que não possuem o nosso nível de inteligência eu traduzo: "Senhor Presidente")

ela nem força tinha para abrir os olhos em condições, quanto mais para pôr a língua de fora!


letras num papel? O que é isso? Que raio de vice...


-e abrir os olhos, hã?

-xii, ganda ideia!


the last, but not the least, o nosso Carlinhos Maravilhas, o nosso relações públicas!



Apreciem as nossas bonitas expressões, a nossa enorme inteligência e... roam-se por não terem ido!!


Rita




Ah! Só uma dúvida... QUEM TROUXE ESTES GAJOS, PÁ?

domingo, 6 de abril de 2008

Somos UM

Decidi postar, apenas para deixar no nosso cantinho a fotografia de grupo que tirámos na "última etapa".
Há uma semana estávamos a regressar e continuo com a vontade de ter ficado lá por tempos infíndos, porque há tanto por fazer e tão pouco espaço de manobra aqui.. ou se calhar o espaço não é pouco, mas a nossa vida leva-nos a não ter espaço para nós, nem para o que nos é mais importante... enfim, filosofias, diria alguém! :)


Deixo-vos um beijo enorme, cheio de saudades.


Marta (e João, que também está aqui a tratar do computador com o meu pai!)


sábado, 5 de abril de 2008

História da peregrinação em fotos

No dia 24 de Março saímos do Porto rumo a Sarriá para daqui iniciarmos o nosso troço do Caminho Francês até Santiago.







Éramos 8. Às 14,00 horas desse dia iniciávamos neste albergue a partida para a nossa pequena aventura de seis dias por pistas e veredas até à cidade do Apóstolo.








Ainda frescos, iniciámos a travessia



cidade.









Nesta altura ainda nos separavam 111 Km de Santiago.






Ao longo do trajecto deparámos com singelas mas belas igrejinhas.






E também com pontes romanas ou medievais.








A natureza também plantou no Caminho as suas maravilhas de que este belo castanheiro é um interessante exemplar. Se tivesse olhos que teria ele visto deste seu posto de vigia ao longo dos anos, talvez de alguns séculos?






O tempo estava frio e o céu cinzento de vez em quando despejava cá para baixo grossa bátegas que não nos poupavam... Ao fundo, no topo dos montes, a neve recordava-nos que a Primavera ali não é como nas nossas amenas terras. Excepcional ou não, o certo é que ao meio dia em Sarriá os termómetros registavam apenas 6 graus...













Os primeiros encontros: um grupo de portugueses de Coimbra, e o nosso amigo de Zurique provando do "nosso" Porto.













Meditando...













As localidades são pequeninas, muito rústicas, história viva.



















A seta amarela e a paisagem .
















100 Km para o destino...















"Ritual".

















No final da etapa, as massagens pelas mãos habilidosas da Marta...

















... e da Sofia...













Atravessando Portomarín na manhã do segundo dia.






















































A subida da COREN...
















No meio da chuva apareceu este alpendre salvador que proporcionou a primeira paragem do dia.


















Quem vai cansado?!...














Um albergue.

















A beleza e os espinhos do Caminho...



















A rusticidade das habitações.












Uma igrejinha românica restaurada.



















80 Km para andar...














Outra igrejinha com o sino à disposição de quem o queira tocar.
















O Cruzeiro e o Carvalho.




Aqui, ou a partir daqui, deve ter ficado o meu telemóvel!













Marcas da passagem dos peregrinos!


















Paragem e lanche.
















Lanche sem paragem!...
















Paragens dos importantes.
















O Caminho passa por aqui!















Casas recuperadas.





















Albergue particular.













Outra Igreja secular.

















Peregrinos e galinhas...


















A chegada ao albergue.






















A partida. É o terceiro dia. Lá fora a chuva quase que não para.


















Uma igreja, três épocas.










Curiosidade da natureza:
É oportunismo do azevinho ou paciência do carvalho?



















A Lagua. Poldras.



































O Caminho passa por aqui...





































Alpendre salvador. Lá fora a chuva não pára.















No estúdio, a gravar...



















Novos amigos, de Barcelona, cantam connosco.




















































Do Recife a Santiago. Será que conseguiram chegar?

















As subidas...
















Jardim com galinheiros em verga.

















Casas rústicas.

















O que é mais velho: o galinheiro ou a igreja?

































Uma linda ponte.
















Mais 4 Kg a dividir por dois...




















Mais de meio caminho andado.














Comemorando os Capítulos da Ordem dos Caminhos de Santiago.













Afinal, a ponte sempre tem "4 olhos"...










































Uma ponte muito, muito, mas mesmo muito primitiva!...








Só faltam 40 Km...

























No café, até passar a chuva.





Música, canto, torradas às prestações...












Não sei se o boné secou, mas o lume estava aceso!...

























































































O albergue de Ribadiso.



















A ponte de Ribadiso vista do albergue.
















À saída do albergue de Árzua.
















Muitas árvores, uma só vida.














Na igreja de Árzua: imagem de Nª. Senhora das Graças.




















Peregrinos de um colégio das Baleares antes da Missa.
















A camarata, de manhã.


















Muitos peregrinos, um só sentir.


















Reencontro com o amigo de Zurique e com a companheira de Vadovice (Polónia).




































Leitinho... Suplemento para o caminho!

















O Luís, um novo amigo, de Amares. O ano passado caminhou a pé de Braga a Roma.














Em sentido contrário caminhava o Costinha, velho conhecido do Luís...






































































Só faltam 30 Km. Em sentido contrário, e com destino a Oviedo, aponta o "caracol" azul.
















O nicho e a fonte.


















A Rita e a mochila.























Bons caminhos.



















Aqui não parámos.







Faltam 20 Km...





À entrada do albergue de O Pino.




Preparando o jantar.







O grupo dos amigos de Ronfe (Guimarães)




O Macarrão da Sofia.



À sobremesa tivemos a companhia do José, o Evangélico Baptista, de Barcelona.




À saída do albergue de O Pino.






Quem fotografa o quê?




Também houve quem tivesse a sua "coroa de espinhos"...





Na vedação das cruzes.


Também lá deixámos as nossas.









Peregrino de palmo e meio!







A peregrina mais pequenina vem à boleia do pai!...











Uma das últimas paragens.














Sob a vigia de Santiago, que está a dizer que tabém sofreu as suas mazelas quando andava por cá.














A fome é negra!...





















... e nem a marabunta faria melhor limpeza!... Mas não foi só a Marta!!!














Aproxima-se o final. Estamos no Monte do Gozo. Isso no-lo diz o Monumento e a Capela de S. Marcos.







Entramos na cidade. Peregrinos ilustres nos recebem.













Marcamos "o ponto", à chegada.













Pouco mais de 2500 metros nos separam da Catedral, do fim do nosso Caminho.








Atravessando o "casco velho" da cidade.

























Enfim, CHEGÁMOS!!!...








Há sorrisos...













Admiração... e emoção...















Uma lágrima furtiva... sorriso de vitória!










E perante a majestosa imponência da Catedral,














Há festa,














União e oração...






















E, finalmente, o descanso. Mas também há quem se sinta pequeno e arrasado perante tanta grandeza e pela incredulidade do feito!







Unidos no Caminho, unidos no sucesso!












O último canto, a última oração, a última leitura.

Prontos para continuar o Caminho em todas as direcções.









E tocou ao João Maciel sortear, com dedo certeiro, e fazer a última leitura em Santiago.





ULTREIA!!!
SUSEIA!!!
Carlos