domingo, 11 de abril de 2010

Caminho Português de Santiago contado pelos peregrinos



1ª. Etapa: do Porto a Vilarinho

Às oito horas do passado dia 27 de Março, mais minuto menos minuto, preparados, mochilas às costas e bordões nas mãos, reunimos frente à igreja paroquial de Aldoar para o primeiro passo deste nosso caminho.


A apadrinhar-nos estavam o João Maciel, "velho" caminheiro, o Fernando, irmão da Sofia, outros amigos e alguns familiares, e o Rui, de quem tivemos pena de ainda não podermos receber a bênção de partida. Mas não perde pela demora, depois de Dezembro falaremos...

Aos cinco meio veteranos juntaram-se a Ju, a Rosário e a Lara.

Na oração de partida abriu-se o Novo Testamento. Caíu a sorte em Actos, 16, 35-40: Libertação de Paulo e Silas.
Nem de propósito: diz o texto que, mal amanheceu, "os estrategos mandaram os lictores dizer ao carcereiro: "Põe esses homens em liberdade."... "Saí, pois, e ide em paz."...
E seguimos em paz esse caminho de busca e de descoberta, confiantes, mas tementes da nossa capacidade para enfrentar as agruras da caminhada.
De Aldoar passámos ao Senhor de Matosinhos, acedemos a Leça pela ponte levadiça, atravessámos a localidade a caminho de Freixieiro, e aqui saboreámos o nosso primeiro pequeno almoço do caminho, sentados na relva.



Continuámos pela estrada nacional 107, atravessámos Pedras Rubras, seguimos a Rua 1 na Urbanização do Lidador, a Rua de Quires, a Rua das Fontainhas, a Rua Padre Joaquim Antunes de Azevedo, a Rua Dr. José Aroso, a Rua do Padinho... Aqui apanhámos o caminho que já vem marcado desde a Sé do Porto e só foi continuar seguindo as setas...

Sobre a variante que estreámos só há a dizer bem: é uma via descongestionada de trânsito, calma, ladeada de vivendas e jardins floridos na maior parte do percurso, e tem como pontos de referência a Igreja de São Martinho em Aldoar, a do Senhor de Matosinhos, a matriz de Leça da Palmeira, e as capelas do Largo da Feira em Pedras Rubras.

A segunda paragem para almoço e um pequeno descanso foi em Vilar, e daqui seguimos até ao destino deste primeiro dia: Vilarinho.

Chegámos a esta localidade ainda bastante cedo, mas, porque seguiam connosco três iniciadas nestas andanças, não quisemos forçar demasiado e decidimos ficar por aqui. Tinham-nos prometido instalações adequadas mas o destino quis dificultar-nos a acomodação. Esperámos até às 19 horas e tal por uma chave que abria o que foi um antigo ginásio (?), servido por umas instalações sanitárias que já se não usam nem funcionam devidamente. E tudo porque a pessoa que ficou de nos destinar outras instalações mais condignas - as da Escola local - resolveu ir para Paris sem passar palavra a ninguém...

Dormimos no palco. Partimos no dia seguinte, às oito da manhã, seguindo três brasileiros que pernoitaram no mesmo local mas que, tendo chegado mais cedo, dormiram em três das quatro camas ali existentes.

O dia ajudou-nos. O sol não nos preocupou e a chuva respeitou a nossa jornada. Como não havia fogão ou coisa parecida, comprámos géneros e comemos a seco.

Ninguém se queixou de dores ou mazelas. Foi um bom primeiro dia.

C.

1 comentário:

Anónimo disse...

amigos portugueses, tenho intenção de fazer o Caminho de Portugal no próximo ano. Vocês poderiam me ajudar com informações?
Meu email é marta_zampieri@yahoo.com.br